sábado, 18 de junho de 2016

Os Direitos dos animais

Projeto Filosofia para Crianças
Polo Escolar de Rossas




Será que os animais têm direitos?

Qual a posição de dois filósofos?


"Os animais não têm consciência de si e existem apenas como meio para um fim. Esse fim é o homem. Podemos perguntar «Por que razão existem os animais?». Mas perguntar «Por que razão existe o homem?» é fazer uma pergunta sem sentido. Os nossos deveres em relação aos animais são apenas deveres indirectos em relação à humanidade. A natureza animal assemelha-se em alguns aspectos à natureza humana e, ao cumprirmos o nosso dever em relação aos animais devido a manifestações da natureza humana, cumprimos indirectamente o nosso dever em relação à humanidade. Assim, se um cão serviu fielmente o seu dono durante muito tempo, o seu serviço, como é semelhante ao serviço humano, merece ser recompensado. E, quando o cão fica demasiado velho para servir o seu dono, este deve mantê-lo até ele morrer(...).                                               I. Kant, Lições de Ética

  
"Os animais são capazes de sentir dor. Como já vimos, não pode existir qualquer justificação moral para considerar a dor (ou o prazer) que os animais sentem como menos importante do que a mesma dor (ou prazer) sentida pelos humanos. Mas que consequências práticas se retiram desta conclusão? Para evitar mal-entendidos, explicarei de modo mais exaustivo o que quero dizer. 
Se se der uma palmada forte no flanco de um cavalo, o animal pode estremecer mas, presumivelmente, sentirá uma dor diminuta. A sua pele é suficientemente dura para o proteger de uma mera palmada. No entanto, se se der a um bebê uma palmada de igual intensidade, o bebê chorará e, presumivelmente, sentirá dor, pois a sua pele é mais sensível. Por isso, é pior dar uma palmada a um bebê do que a um cavalo, se ambas as palmadas forem administradas com igual força. Mas deve existir um tipo de pancada - não sei exatamente qual será, mas talvez uma pancada com um pau pesado - que causa a um cavalo tanta dor como causa a um bebê a tal palmada. É isso que pretendo dizer ao referir "uma dor de igual intensidade", e, se consideramos errado infligir gratuitamente essa dor a um bebê, deveremos, se não formos especistas, considerar igualmente errado infligir gratuitamente (sem razão) uma dor de igual intensidade a um cavalo(...) 

Peter Singer, Libertação animal

  1. Os animais têm direitos ou não?
  2. Que direitos? 
  3. Em que situações os animais podem ser importantes para o ser humano?
  4. Os animais serão coisas? Porquê?
  5. Pode abandonar-se um animal? Porquê?
  6. Como é a sua relação com os seus animais?


Agora vamos ver e refletir sobre os seguintes vídeos:





E quando os animais se "sentem culpados"?




                                                                                                    Professora: Lola

quarta-feira, 4 de maio de 2016

O que é a Felicidade?


Projeto Filosofia para Crianças
Polo Escolar de Rossas





O que é a Felicidade?



v  A Mafalda quer encontrar a Felicidade?

________________________________________________________________________________
v  Já, alguma vez, perguntou o que é a Felicidade?

________________________________________________________________________________
v  Será verdade que todos desejamos ser felizes?

________________________________________________________________________________
v  O que é Felicidade?

________________________________________________________________________________

v  Porque podemos relacionar Felicidade e Filosofia?

________________________________________________________________________________

v  O que entendiam alguns filósofos por Felicidade?

 Sócrates (469 a.C./399 a.C.)-  a felicidade era o bem da alma que só podia ser atingido por meio de um comportamento virtuoso e justo.

 Platão (427 a.C./347 a.C.) -  Assim, como a função do olho é ver e a do ouvido, ouvir, a função da alma é ser virtuosa e justa, de modo que, exercendo a virtude e a justiça, ela obtem a felicidade. Platão entendia que a função do Estado era tornar os homens bons e felizes.

 Aristóteles (384 a.C./322 a.C.)- reconhecendo a necessidade de elementos básicos, como a boa saúde, a liberdade (em vez da escravidão) e uma boa situação socio-económica para alguém ser feliz.

 Immanuel Kant (1724/1804 )-  definiu a felicidade como “a condição do ser racional no mundo, para quem, ao longo da vida, tudo acontece de acordo com o seu desejo e vontade”: um desejo da imaginação de todo o homen.

 Bertrand Russell (1872/1970)  - é necessário alimentar uma multiplicidade de interesses e de relações com as coisas e com os outros homens para ser feliz. Para ele, em síntese, a felicidade é a eliminação do egocentrismo.


Agora pense  um pouco e responda:

*  Há uma resposta única para a pergunta: O que é a Felicidade?

*  A felicidade será Eterna? Porquê?




A Felicidade será uma busca permanente 
ao longo da nossa vida!
Lutem para ser felizes 
…e ter momentos de Felicidade!


Professora: Lola

segunda-feira, 25 de abril de 2016

25 de Abril



25 de Abril





Esta é a madrugada que eu esperava 

O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo



Sophia de Mello Breyner Andresen, 
in 'O Nome das Coisas'




                                                                                                   ProfessoraLola

sábado, 19 de março de 2016

Dia do Pai



Dia do Pai

Nasceu-te um Filho


Nasceu-te um filho. Não conhecerás, 
jamais, a extrema solidão da vida. 
Se a não chegaste a conhecer, se a vida 
ta não mostrou - já não conhecerás 


a dor terrível de a saber escondida 
até no puro amor. E esquecerás, 
se alguma vez adivinhaste a paz 
traiçoeira de estar só, a pressentida, 



leve e distante imagem que ilumina 
uma paisagem mais distante ainda. 
Já nenhum astro te será fatal. 



E quando a Sorte julgue que domina, 
ou mesmo a Morte, se a alegria finda 
- ri-te de ambas, que um filho é imortal. 



Jorge de Sena, in 'Visão Perpétua' 


A todos os papas dos alunos dos 3° e 4° anos do Polo Escolar de Rossas o meu abraço filosófico por me ajudarem com os vossos filhos a reflectir o mundo e a vida que está là fora!

Criatividade, sorrisos espontâneos e muita generosidade em palavras repensadas é o que tenho recebido deles nos nossos Encontros!

Obrigado!


Tirado DAQUI
                                                                                                     
                                                                                                     ProfessoraLola

Arte e Poesia





Filosofia para crianças

Pólo Escolar de Rossas


  A bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.
Põe
Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.
                    
                                                                                     Cecília Meireles


Que perguntas gostaria de fazer à Bailarina?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 



 

 

 



 

 

  As borboletas

 

Brancas
Azuis
E pretas
Brincam na luz
As belas borboletas.

Borboletas brancas
São alegres e francas.          
Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!



Vinicius de Moraes



Que comentário poderemos fazer ao poema?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

                        





  Professora: Lola

O Bem e o Mal: roubar e mentir





Filosofia para crianças
Polo Escolar de Rossas


O Bem e o Mal: roubar e mentir


Dilema 1: Senhor João

Era uma vez, um senhor chamado João que tinha a sua mulher muito doente. Esta estava com um cancro e podia morrer, precisava de uma medicação o mais depressa possível.
Entretanto o senhor João soube de um farmacêutico, que tinha descoberto um medicamento que podia salvar a sua mulher, só que pedia por este muito, muito dinheiro.
Como o senhor João era pobre e tinha pouco dinheiro, pediu ao farmacêutico para pagar em prestações (aos bocadinhos) ou para fazer um desconto no medicamento.
No entanto o farmacêutico disse-lhe que não e então o senhor João, sem solução para o seu problema, assaltou a farmácia e roubou o medicamento para salvar a mulher.


Questões:
1.    Se fosses o farmacêutico, o que farias?
2.    Achas que o senhor João fez bem ou fez mal?
3.    Se fosses o senhor João, o que farias?
4.    O senhor João merece castigo? Qual?
5.    Qual dos dois, teve a pior atitude?








Dilema 2: Júlia

     Era uma vez, uma menina com doze anos, que se chamava Júlia. Certo dia a mãe prometeu-lhe que a deixava ir a um concerto da Hanna Montana, se ela juntasse o dinheiro para comprar o bilhete.
     A Júlia conseguiu juntar mais dinheiro do que o que precisava, mas a mãe mudou de ideias e disse-lhe que já não iria ver a Hanna Montana, porque, com esse dinheiro, ia comprar roupa nova para levar para a escola.
     A Júlia ficou muito triste, mas às escondidas da mãe comprou o bilhete e no dia do concerto, enganou a mãe e disse-lhe que ia dormir à casa de uma amiga, mas foi ver a Hanna Montana.
A semana passou e a mãe não descobriu, mas a Júlia contou, em segredo, à sua irmã e esta contou o que a Júlia fez à mãe.


Questões:

1.     Achas bem ou mal o que a Júlia fez? Porquê?
2.     Achas bem ou mal a atitude da mãe? Porquê?
3.     Se fosses a Júlia o que fazias?
4.     Achas bem ou mal o que a irmã fez? Porquê?
5.     Se fosses tu, contavas ou não? Porquê?










Reflexão

Diz-se que não é bom roubar aquilo que não nos pertence. Tal como a moral, também a lei o proíbe
Contudo, por vezes a vontade é grande, mas só o medo da punição impede o roubo. Muita gente porém, 
também defende que cada ser humano tem o direito de matar a fome. Uma mãe que não consegue alimentar 
os seus filhos ou um povo faminto podem, à partida, desrespeitar a lei?
Esta disparidade demonstra que a lei tem, por vezes, dificuldades em proteger a sociedade no seu todo 
e cada um em particular.



Professora: Lola

segunda-feira, 14 de março de 2016

O que pode a Filosofia fazer pelas crianças?



O que pode a Filosofia fazer pelas 
crianças? 
A filosofia é o tipo de matéria com a qual a maioria de nós só entra em contato na faculdade. No entanto, um estudo realizado por uma entidade britânica revela que, quanto antes tivermos aulas de filosofia, melhor. Isso porque tais ensinamentos podem fazer com que o desempenho das crianças na escola melhore.
estudo conduzido pela Education Endowment Foundation (EEF) avaliou os resultados do Philosophy for Children (P4C), um programa cujo objetivo é ensinar o básico de filosofia às crianças. O projeto é utilizado por algumas escolas da Inglaterra e, sua implementação, segundo o The Conversationtem relação com a melhora do desempenho dos alunos em matérias como matemática e leitura.
O programa foca menos em filósofos específicos e mais na capacidade das crianças de realizarem questionamentos. Elas são estimuladas a participar de discussões, levantando questões como "Será que um coração saudável deveria ser doado para uma pessoa que não cuida de si mesma?" e "É aceitável que as pessoas usem símbolos religiosos no ambiente de trabalho?".
A EEF analisou os dados de 48 escolas primárias e 1,5 mil estudantes que tiveram as aulas de filosofia, além de outros 1,5 mil que não receberam as aulas no mesmo período, mas no ano seguinte. De acordo com a pesquisa, as crianças que tiveram as aulas primeiro mostraram uma melhora em seus desempenhos quando comparadas às que ainda não tinham contato com filosofia na época.
Os professores também perceberam essa melhora. "O feedback dos professores ao longo dos testes sugere que as sessões de filosofia criaram uma oportunidade de fazer com que os alunos se engajassem e desenvolvessem uma nova forma de pensar, ouvir, falar e argumentar na escola", explicam os pesquisadores. Eles afirmam que perceberam que as crianças se tornaram mais confiantes e pacientes ao participar dessas atividades.
Os dados indicam ainda que os estudantes mais pobres foram os que mostraram maior progresso durante esse processo. A implementação do programa custa cerca de 30 libras (R$ 156) por criança, com benefícios incríveis. 

                                          Lola