Filosofia para
Crianças
1º Ano A - Vila
"Olhares de miúdos"
Era
uma vez um comboio muito bonito com várias carruagens onde seguiam três meninos
loiros e engraçados que se chamavam: Eduardo Liberdade, Lara Aventura e Júlio
Amizade.
Os
meninos tinham sete anos, entraram há poucos meses para a escola do 1º ciclo e
gostavam muito de fazer novas descobertas.
Numa
manhã de sol e céu muito azul, os meninos decidiram fazer uma viagem para o
Porto que era uma cidade muito bonita e não ficava muito longe da vila em que
viviam.
Acordaram
muito entusiasmados pois iam conhecer coisas novas e, por isso, durante a
viagem vão ficando admirados com a paisagem que viam através da janela do
comboio: montes, pássaros, rios, riachos, prédios e pontes.
-
Olha, Júlio Amizade, não achas tudo tão bonito?- perguntou o Eduardo Liberdade.
-
Que lindo o mar, o azul das águas e o verde das algas, o dourado da areia e o
amarelo do sol. Quem me dera estar lá em baixo, na praia, a molhar os pés!-
disse o Júlio Amizade.
A
Lara Aventura sempre atenta ao que os seus amigos diziam, exclamou:
-
Quem me dera saltar do comboio para ir fazer bolinhos na areia, apanhar
conchinhas na praia,
ir
buscar baldinhos de água ao mar e construir um castelo e pôr no cimo uma
bandeira azul.
O
Eduardo Liberdade admirou-se e disse:
-
No castelo não podemos ser livres porque as portas estão sempre fechadas!
-
Mas podemos deixar uma porta aberta – disse a Lara Aventura
-
Abre a porta do castelo que eu quero ser livre… só assim é possível brincar em
Liberdade - afirmou o Eduardo.
-
E encontrar novos amigos… – acrescentou
o Júlio Amizade
-
E fazer grandes aventuras – completou a Lara Aventura.
A
viagem continuava e os meninos, não tardou muito, passaram na ponte sobre o Rio
Douro e viram o rio muito sossegadinho e uns barquitos que pareciam estar a
navegar.
-
Quem me dera saltitar de uma ponte para a outra! – exclamou a Lara Aventura
-
E voar como aqueles pássaros que dançam sobre o rio – sonhou o Eduardo
Liberdade
-
Encontrar meninos, diferentes de nós, para falar, rir, brincar e caminhar
juntos – completou o Júlio Amizade
-
Só pensas em novos amigos…tu não gostas de nós? – perguntou o Eduardo
Liberdade.
-
Gosto… mas é muito importante conhecer pessoas diferentes de nós porque sem
amigos ficamos pobres, infelizes e os amigos podem ajudar-nos e nós podemos
cuidar muito bem deles.
-
Eu, cá para mim, gosto é de viver coisas novas: ir viver com os animais em
África, conhecer os cangurus na Austrália, fazer surf na Nazaré, visitar os
Passadiços do Paiva, escalar montanhas, correr e saltar pelos campos da minha
aldeia, ou mesmo fazer canoagem no rio – sonhava a Lara Aventura.
-
Que aventuras fixes! – disse o Eduardo Liberdade.
-
Que vamos fazer na cidade? – perguntou o Júlio Amizade
-
Passear pelas ruas, ver montras e pessoas, comer um gelado fresquinho, olhar os
monumentos…e ouvir o barulhinho dos carros elétricos pelos trilhos luminosos no
chão de pedrinha – propôs a Lara Aventura.
O
Eduardo Liberdade, que sempre gostou de tudo que era novo e não queria ficar
preso ao que conhecia na sua aldeia, avisou:
-
Não nos podemos perder um dos outros. Temos que ser responsáveis e estar alerta
porque a cidade é muito grande e tem muitas novidades para nós!
-
Como vocês já sabem, gosto muito de aventuras…mas concordo com o Eduardo
Liberdade, pois temos de ter cuidado para não nos afastarmos muito uns dos
outros.
O
comboio vai abrandando a marcha…
-Estamos
a chegar…diz, sorridente, o Júlio Amizade
A
velhinha estação de S. Bento, com os seus magníficos azulejos, espera estes meninos
que desejam viver um pouco o entusiasmo da cidade grande que os recebe!
-
Por onde começamos? Passear pela cidade pode ser muito giro! – Lembra a Lara
Aventura
-
Eu quero conhecer ouros meninos, fazer amigos… – propõe o Júlio Amizade
-
Vamos apressar-nos…para conhecer coisas que nunca vimos: os prédios altos, os
cafés antigos, carros elétricos e autocarros, táxis e, também, os tuc-tuc.
-O
que é isso! – perguntou, muito admirada,
a Lara Aventura.
-
Os tuc-tuc são carrinhos de três rodas, uma à frente e duas atrás para os
turistas verem a cidade- respondeu o Júlio Amizade
-
E as pombinhas a voar, sempre a voar… – disse o Eduardo Liberdade
-
E vêem-se pessoas pretas, brancas, de muitas regiões e países – afirmou a Lara
Aventura
-
Podemos fazer ser amigos delas? – disse o Júlio Amizade.
-
Sim, mas temos de ser, sempre, muito cuidadosos… disse a Rita Aventura.
Porquê?
– Perguntaram logo o Eduardo Liberdade e o Júlio Amizade
- Porque a AVENTURA, a AMIZADE e a LIBERDADE
têm sempre de andar de mãos dadas para nunca se afastarem e nem se perderem! –
rematou a Lara Aventura.
FIM
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